O governo Lula (PT) liberou R$ 7,7 bilhões em emendas de transferĂȘncia especial, as conhecidas "emendas Pix". Para cumprir acordo com o Congresso e garantir o pagamento antes do perĂodo vedado pela legislação, o Executivo turbinou os empenhos. Do total reservado, cerca de R$ 1,7 bilhão favorece cidades com até 10 mil habitantes.
O acordo entre Planalto e Congresso envolveu ainda o pagamento de 55% das emendas Pix até 30 de junho, prazo-limite para a execução de emendas desse tipo antes do perĂodo eleitoral.
As "emendas Pix" consistem em transferĂȘncia de recursos do governo federal diretamente para os cofres das prefeituras e dos governos estaduais, sem uma finalidade definida. Embora o autor da emenda seja conhecido, o mecanismo é criticado pela falta de transparĂȘncia na forma como o recurso é utilizado. As informações são do Metrópoles.
Enquanto o governo federal reservou mais R$ 7,7 bilhões neste ano, somente pouco mais de R$ 232 milhões foram efetivamente pagos. A despesa executada atende municĂpios em estado de calamidade, principalmente no Rio Grande do Sul — que lida com os impactos da tragédia climĂĄtica.
CIDADES PEQUENAS ATENDIDAS
Levantamento do Metrópoles que cruza dados do portal Transferegov, do governo federal, com informações populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e EstatĂstica (IBGE) aponta que, até o momento, foram reservadas quantias para mais de 2 mil municĂpios com menos de 10 mil habitantes.
Cerca de 20% desse montante estĂĄ no estado de Minas Gerais, e outros 15%, no Rio Grande do Sul.
NEGOCIAÇÃO COM O CONGRESSO
No fim de maio, o Congresso Nacional aprovou o veto do presidente Lula ao trecho da Lei de Diretrizes OrçamentĂĄrias (LDO) que incluĂa o calendĂĄrio para pagamento das emendas parlamentares. A manutenção foi acordada depois que o Executivo criou um cronograma para o pagamento de R$ 20,5 bilhões em emendas até 30 de junho, com cerca de R$ 4 bilhões em emendas Pix.
No inĂcio deste ano, Lula vetou trechos da LDO, como a criação de um cronograma para a execução de emendas parlamentares individuais e de bancadas, que seriam pagas integralmente até 30 de junho.
Os vetos desagradaram parlamentares, que argumentaram quebra de acordos firmados entre o Executivo e o Legislativo. Deputados e senadores previam que, caso não houvesse recuo do governo, os vetos seriam derrubados em sessão do Congresso.
Após acordo firmado em fevereiro, o governo publicou, então, decreto que criou o cronograma para o pagamento de emendas neste ano. Segundo o ato normativo, o PalĂĄcio do Planalto deveria pagar R$ 20,5 bilhões em emendas individuais, de bancada e de comissão até o mĂȘs de junho.