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PF indiciou Bolsonaro e mais 36 pessoas em inquérito sobre tentativa de golpe de Estado. Veja nomes.

Ex-presidente e aliados são acusados de organizar uma trama para manter Bolsonaro no poder após derrota em 2022.

Por Marcus Souza em 21/11/2024 às 18:36:19

A Polícia Federal (PF) concluiu nesta quinta-feira (21) o inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022. O relatório final do inquérito, que conta com mais de 800 pĂĄginas, foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), com o indiciamento de 37 pessoas, incluindo o ex-presidente Bolsonaro.

Os indiciados são acusados dos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrĂĄtico de Direito e organização criminosa. Além de Bolsonaro, entre os principais alvos estão o ex-ministro da Casa Civil Braga Netto, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno, o ex-diretor da AgĂȘncia Brasileira de InteligĂȘncia (Abin) Alexandre Ramagem, e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

A investigação apurou a atuação de uma organização criminosa que tentou reverter os resultados das eleições, com a intenção de manter Bolsonaro na presidĂȘncia. O esquema envolvia desinformação, incitação de militares e ações operacionais para viabilizar o golpe. Entre as provas coletadas estão quebras de sigilo telemĂĄtico, bancĂĄrio e telefônico, além de colaboração premiada e buscas e apreensões.

Penas previstas
As penas para os crimes investigados variam conforme a acusação:

  • Golpe de Estado: de 4 a 12 anos de prisão
  • Abolição violenta do Estado democrĂĄtico de Direito: de 4 a 8 anos de prisão
  • Integrar organização criminosa: de 3 a 8 anos de prisão

Além de Bolsonaro e seus aliados, 37 pessoas foram indiciadas, e a Procuradoria-Geral da República (PGR) agora decidirĂĄ se apresentarĂĄ ou não a denúncia ao STF. Caso a Corte aceite, os indiciados se tornarão réus e enfrentarão julgamento.

Lista dos indiciados:

  1. Ailton Gonçalves Moraes Barros
  2. Alexandre Castilho Bitencourt da Silva
  3. Alexandre Rodrigues Ramagem
  4. Almir Garnier Santos
  5. Amauri Feres Saad
  6. Anderson Gustavo Torres
  7. Anderson Lima de Moura
  8. Angelo Martins Denicoli
  9. Augusto Heleno Ribeiro Pereira
  10. Bernardo Romão Correa Netto
  11. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
  12. Carlos Giovani Delevati Pasini
  13. Cleverson Ney Magalhães
  14. Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
  15. Fabrício Moreira de Bastos
  16. Filipe Garcia Martins
  17. Fernando Cerimedo
  18. Giancarlo Gomes Rodrigues
  19. Guilherme Marques de Almeida
  20. Hélio Ferreira Lima
  21. Jair Messias Bolsonaro
  22. José Eduardo de Oliveira e Silva
  23. Laercio Vergilio
  24. Marcelo Bormevet
  25. Marcelo Costa Câmara
  26. Mario Fernandes
  27. Mauro Cesar Barbosa Cid
  28. Nilton Diniz Rodrigues
  29. Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
  30. Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
  31. Rafael Martins de Oliveira
  32. Ronald Ferreira de Araujo Junior
  33. Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
  34. Tércio Arnaud Tomaz
  35. Valdemar Costa Neto
  36. Walter Souza Braga Netto
  37. Wladimir Matos Soares

Núcleos de atuação
A investigação revelou que os indiciados atuaram de maneira coordenada, divididos em diferentes núcleos que facilitavam a execução do golpe de Estado. Os principais núcleos envolvidos foram:

  • Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral: responsĂĄvel por espalhar informações falsas sobre o processo eleitoral e incentivar ataques contra as instituições democrĂĄticas.
  • Núcleo de Incitação a Militares: liderado por pessoas próximas ao ex-presidente, esse grupo tentou convencer membros das Forças Armadas a apoiar a continuidade de Bolsonaro no poder.
  • Núcleo Jurídico: composto por advogados que orientaram os demais grupos sobre formas legais e jurídicas de tentar reverter o resultado das eleições.
  • Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas: envolvido na organização de manifestações e ações que visavam pressionar as autoridades e incitar a violĂȘncia.
  • Núcleo de InteligĂȘncia Paralela: responsĂĄvel pela coleta de informações e planejamento das ações.
  • Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas: lidou com as tĂĄticas para forçar o cumprimento de medidas ilegais que ajudariam a consolidar o golpe.

Com o indiciamento concluído, a Polícia Federal encerra as investigações sobre as tentativas de golpe de Estado e a abolição do Estado democrĂĄtico de Direito, mas os desdobramentos legais, incluindo o possível julgamento no STF, ainda estão por vir.


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