Vivendo os últimos dias como presidente do Bahia, Guilherme Bellintani foi o entrevista do Projeto Prisma na manhã desta sexta-feira (15), exibido ao vivo no canal do Bahia Notícias no YouTube. O mandatário fez um balanço das suas duas gestões à frente do Tricolor e disse que o rebaixamento do time no Brasileirão de 2021 foi o fundo do poço. "O segundo ciclo foi o pior. Quando optamos por mudar o modelo de time e veio a pandemia. Queríamos um time com mais toque de bola, propositivo e que mudasse a posição na tabela, mas erramos na montagem do elenco. Montamos um time morno, sem atingir um nível técnico alto e perder a competitividade. Em 2020, tivemos um ano difícil, apesar de ter ido para a final da Copa do Nordeste, o pior momento começou ali quando perdemos para o Ceará. Mas fomos o clube que mais cresceu a receita na pandemia. Saímos de um clube com orçamento de Série B para Série A", disse. "A gente tinha uma receita muito planejada no plano de sócios. Então, fomos muito impactados pela pandemia. Nossos erros que habitualmente seriam mais fáceis de correção, mas não tínhamos dinheiro para isso. Em 2020 suamos, mas conseguimos manter na Série A. Em 2021, ganhamos a Copa do Nordeste, que iludiu a gente. Baixamos a folha de pagamento e resolvemos arriscar nisso no Brasileiro, mas acabamos rebaixados. O time começou a perder forças, porque não tínhamos banco de reservas de qualidade, não tínhamos peças de reposição. Também pesou os erros de arbitragem, mas a responsabilidade foi nossa. Erramos e não tínhamos dinheiro para consertar. Para mim 2020-2021 concluímos o pior momento da gestão, fomos rebaixados e chegamos ao fundo do poço", continuou. Apesar da decepção da queda e da pressão pelo momento ruim, Bellintani declarou que jamais pensou em renunciar à presidência do Bahia. O dirigente se apegou ao objetivo pessoal que traçou quando assumiu o comando do clube. "Nunca pensei em renunciar. Na minha mente, eu tinha que o maior legado para deixar ao Bahia era a estabilidade. Eu não ia entrar no rol dos covardes, apesar de achar que o cara realmente não aguenta a pressão que é muito forte, ninguém tem noção. São 300 pessoas na porta da sua casa. Eu tive crucifixo enterrado no CT com meu nome. Era um momento de fundo do poço, mas eu tinha muita convicção no projeto. Nós caímos por um acidente em 2021. Eu precisava resgatar a alegria da torcida do Bahia. Meu objetivo era entregar um clube melhor. Não podia renunciar ali. Conversei com minha família e falei para confiar que daria tudo certo", afirmou. Durante sua gestão Guilherme Bellintani transformou o clube baiano em Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e vendeu 90% do departamento de futebol ao Grupo City, cuja operação foi concluída neste ano. Em 2024, o Tricolor vai para o segundo ano de administração do conglomerado de investidores. O time conseguiu garantir a permanência na Série A ao terminar a competição de 2023 ocupando o 16º lugar com 44 pontos.